sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Sobreiro - Quercus suber

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Nome científico: Quercus suber

Nomes comuns: sobreiro, sobro, sobreira ou chaparro
Família: Fagaceae
Origem: Região mediterrânica (Sul da Europa e Norte de África)

O sobreiro é uma magnífica árvore que pode atingir cerca de 20 metros de altura. É uma espécie de crescimento lento e de folha persistente, pois podemos apreciar as suas folhas verdes durante todo o ano. Floresce geralmente entre abril e junho. As suas flores são monóicas, ou seja, temos flores individuais do sexo masculino ou feminino, mas ambos os sexos podem ser encontrados na mesma planta. O seu fruto é uma glande, designada por bolota, que como em todas as espécies de carvalhos, amadurece e cai entre setembro e fevereiro. É uma árvore muito conhecida pelas características peculiares da sua casca, a cortiça.
O sobreiro ocorre de forma espontânea em grande parte de Portugal, onde podemos encontrar extensos montados.

Cultivo: O sobreiro desenvolve-se bem em qualquer tipo de solo, mas evita os calcários e compactos. Prefere solos soltos, arejados e bem drenados. 
Aprecia zonas com um clima ameno, mas adapta-se bem a uma grande variedade de condições ecológicas. Tolera climas com períodos estivais secos e pluviosidade baixa, aprecia, no entanto, um teor médio de humidade do ar e do húmus, suportando mal as geadas (principalmente enquanto são jovens). Multiplica-se por sementes. Aqui, através de uma ilustração infográfica, podemos conhecer o ciclo do sobreiro.
Utilizações: Do tronco do sobreiro extrai-se a sua casca, a cortiça, que é das matérias com maior poder isolador, sendo utilizada num grande número de aplicações; 
As suas bolotas são um bom alimento para o gado suíno e para outros animais (selvagens e/ou domésticos). Nós não costumamos  consumir bolotas de sobreiro, porque são mais adstringentes devido a uma maior concentração de taninos; 
A sua madeira tem pouco uso, dadas as suas características invulgares (pesada, muito dura e compacta, sendo difícil de trabalhar), no entanto, constitui um combustível excelente e fornece um carvão de ótima qualidade; Os conjuntos de sobreiros geram níveis elevados de biodiversidade, servindo de alimentação e/ou abrigo a inúmeros seres vivos, desde mamíferos, insetos, plantas, musgos, líquenes e até algas microscópicas; 
Fazem uma boa proteção dos solos e torna-os mais férteis/produtivos, pois ao retirarem os nutrientes de níveis mais profundos, devolvem-nos ao solo com a queda das folhas; 
O sobreiro é um precioso aliado na luta contra os
incêndios; 
Contribui para a regulação do ciclo hidrológico pois ao aumentar os níveis de matéria orgânica dos solos, aumenta a retenção de água, facilita a sua infiltração e diminui as perdas por escoamento superficial.

Curiosidades: Um conjunto de sobreiros tem o nome de montado, sobral ou sobreiral; A um sobreiro jovem dá-se o nome de chaparro; O sobreiro era chamado de suber pelos romanos e daí veio a sua denominação científica em latim; A bolota não é apenas o fruto, mas é composta pelo fruto propriamente dito (um aquénio) e por uma cúpula escamosa, que no fundo são as brácteas da inflorescência concentradas, formando esta estrutura na base do fruto; 
O sobreiro é cultivado desde a Antiguidade devido à cortiça e o nosso país é o maior produtor mundial de cortiça; Desde 2011 que o sobreiro é oficialmente a árvore nacional de Portugal; A primeira cortiça, suberosa, pouco elástica, tem pouco valor. 
Eliminada esta capa, aos vinte anos de idade, o sobreiro desenvolve um súber macio de alta qualidade, que pode descortiçar-se de 9 em 9 anos. 
O descortiçamento ou despela, realiza-se nos meses de verão, entre maio e agosto, por ser a altura do ano em que o sobreiro dá melhor a cortiça. Existe um utensílio tradicional com umas formas muito próprias, machado de descortiçarpara que se possam fazer as incisões circulares e longitudinais no tronco  do sobreiro sem magoar a árvore; A cortiça proporciona ao sobreiro uma proteção contra o fogo, permitindo-lhe frequentemente sobreviver a incêndios que matam outras árvores; Para saber mais: Boas Práticas de Gestão em Sobreiro e Azinheira e Manual de Instalação de Novos Povoamentos com Sobreiro.