quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Feto arboreo - Cyathea cooperi

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Feto arbóreo que atinge 12 m de altura e 30 cm diâmetro do caule, com “folhas” grandes (cada uma pode atingir 5 m) recortadas 2-3 vezes. Soros marginais, esféricos sem indúsio.
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Nome científicoCyathea cooperi (Hook. Ex F. Muell) Domin
Nome vulgar: feto-arbóreo-australiano, feto-arbóreo de Cooper, feto-arbóreo-escamoso
FamíliaCyatheaceae
Estatuto em Portugal: espécie invasora nos Açores, naturalizada na Madeira e sem registos fora de cultura no território continental.
Nível de risco: (em desenvolvimento)
Sinonímia:  Sphaeropteris cooperi (Hook. ex F. Muell.) R. M. Tryon; Alsophila cooperi F. Muell.
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Os fetos originaram as primeiras florestas
Os fetos são, hoje, seres quase insignificantes num mundo dominado pelas plantas com flor. O biólogo Jorge Nunes revela as singularidades destas plantas antiquíssimas, que assistiram ao aparecimento e à extinção dos dinossauros e ainda perduram. Portugal acolhe algumas espécies muito raras, únicas em toda a Europa.
Conceito de feto arbóreo
Feto arbóreo é o nome comum atribuído às espécies de fetos que possui um porte arbóreo. Correspondem a espécies consideradas fossem vivos, uma vez que constituíam as florestas no carbonífero (época conhecida por período dos fetos) e têm-se mantido praticamente inalterados ao longo dos tempos.
Um feto é considerado arbóreo se possui um tronco que eleve as suas frontes (folhas). No entanto, os verdadeiros fetos arbóreos pertencem às famílias Dicksoniaceae e Cyatheaceae.
Estes seres enquadram-se no conjunto das Pteridófitas, ou seja, estes indivíduos já possuem raízes, assim como um sistema vascular, sendo por isso muito mais evoluídas do que as suas antecessoras, as Briófitas.
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O tronco e frondes dos fetos:
Apesar do seu nome, estas plantas não são verdadeiras árvores pois não possuem um verdadeiro tronco, isto é, uma estrutura que possui um crescimento secundário, este crescimento é caracterizado pela produção de uma substancia denominada por lenhina que torna esta estrutura mais rígida.
A substancia mencionada torna os troncos lenhosos pois  é um dos tecidos presentes nos vasos condutores, esta permite o crescimento na vertical uma vez que auxilia no suporte do peso da planta. Estas substâncias lenhosas surgem apenas durante o desenvolvimento do feto, ao contrário do que ocorre em outras espécies lenhosas, não sendo desenvolvidas a partir do momento em que este se torna adulto.
Os seus troncos são geralmente denominados de rizomas, pois crescem na horizontal, no subsolo. Os fetos arbóreos possuem um caule que cresce na vertical, muito semelhante ao caule das palmeiras, comummente denominado por espique, formado pela terminação das folhas, que permanece na estrutura, após a queda do limbo da folha.
No caso dos fetos arbóreos o seu espique é muitas vezes coberto por estruturas semelhantes a raízes (rizomas modificados para crescimento vertical e raízes adventícias) que tornam o tronco ainda mais grosso.
Devido ao seu aspecto, estas árvores assemelham-se muito às palmeiras e as Cicas. Não produzem flores, nem frutos, a sua reprodução dá-se por esporos e não por sementes.
As suas frontes são normalmente bastante grandes podendo ser mutltipinadas, isto é, divididas bastante profundamente, formando estruturas que parecem folhas individuais apesar de não o serem. As suas raízes são bastante longas permitindo a colonização de locais bastante secos.
Reprodução nos fetos:
Os esporos são produzidas em receptáculos (soros) na página inferior das suas frontes (folhas). Estes ao serem expelidos e atingirem o solo irão germinar dando origem à estrutura gametofítica onde se produzirão as células reprodutoras. A reprodução dos fetos precisa de água para que a fecundação ocorra, sem esta não é possível o encontro das células masculina e feminina sem a qual não ocorre a reprodução sexuada.
Após a libertação das células reprodutoras  a célula masculina irá nadar até atingir a feminina, ocorrendo posteriormente a fecundação (o processo é muito semelhante ao que ocorre nos animais).
Algumas espécies também se podem reproduzir assexuadamente, através da reprodução vegetativa.
Os fetos apresentam uma alternância de fases durante o seu ciclo de vida, podendo encontrar-se  na fase esporófita (diplóide), ou na fase gametófita (haplóide). Ao contrario das outras plantas, os fetos são livres na fase de gametófito.
Ecologia:
Devido às suas características, estes indivíduos puderam formar habitats florestais. O crescimento vertical deve-se, provavelmente, à competição pela luz solar que fez com que estas plantas crescessem de forma a obterem o máximo de luz possível, tornando-as boas competidoras em relação aquelas que não podiam crescer na vertical.
A sua transplantação pode ocorrer se a planta for removida, do local de implantação, com as suas raízes intactas, ou se for cortada pela base do seu tronco e mantida em zonas húmidas de forma a desenvolver outras raízes. A região mais importante para a sua sobrevivência é a coroa (zona onde se encontras as suas folhas) uma vez que é o local onde nascem as folhas, sendo por isso a única zona onde ocorre crescimento. Se esta zona for danificada de alguma forma o feto morre.
Estas espécies podem atingir entre 10 a 18 metros de altura (em condições muito especiais), no período em que eram mais abundante, devido à competição pela luz, podiam chegar a medir 30 metros de altura e possuir 2 metros de diâmetro.
Estes indivíduos habitam ambientes tropicais, em particular no hemisfério sul, podem, no entanto, ser encontrados noutros habitats um pouco mais frios. Trata-se de indivíduos que possuem características de bons colonizadores sendo por isso comum encontrá-los em locais que sofreram uma perturbação.
Aparecem normalmente nas primeiras fases da sucessão ecológica, no entanto, num passado distante estes indivíduos encontravam-se largamente disseminados formando grandes extensões de floresta. Hoje em dia, têm preferência por habitats húmidos e sombrios apesar de poderem colonizar outros espaços.
Factores que levaram ao desaparecimento de grande parte dos fetos arbóreos:
• Perda de habitat
• Perda de diversidade
• Localização restrita (não habitam um grande número de locais como seria de esperar).
Esta concentração das espécies um pequeno número de zonas, em paralelo com o seu abate para usos ornamentais permitiu o aumento do desaparecimento e a destruição destas espécies muito mais facilmente.
Este desaparecimento pode ser também prejudicial a outras espécies pois o seu tronco serve muitas vezes de habitat a diversas plantas epífitas.